sábado, 21 de julho de 2012

Universitários analfabetos

Trinta e oito por cento, mais de um terço dos estudantes universitários brasileiros, não conseguem interpretar e associar informações, quando leem um texto. E 27% da população total estão na mesma situação. Ou seja, são analfabetos funcionais, que conseguem ler e escrever, mas não compreendem, segundo o Indicador de Analfabetismo Funcional determinado por meio de pesquisa e testes pelo Instituto Paulo Montenegro e pela ong Ação Educativa.

Esse dado constrangedor, absurdo – mas não supreendente, para quem é responsável pelo recrutamento de fucionários nas empresas e organizações e por isso conhece no dia-a-dia a pobreza intelectual da grande maioria dos candidatos – mostra como anda mal nosso ensino e o muito, mas muito mesmo, que precisa ser feito para sairmos desse pântano de ignorância.
Mas também explica, ou pelo menos ilumina, alguns outros fenômenos que interessam a quem lida com Assuntos Institucionais Empresariais.

Explica, por exemplo, por que razão os jornais e revistas no Brasil têm circulação relativamente minúscula, num país de 200 milhões de pessoas. Pudera! Se nem universitários entendem direito o que leem, claro que a imensa maioria da população não vai gastar dinheiro em publicações que precisam ser lidas.
De outra parte essa tragédia está na raiz também de serem o radio e a televisão tão populares: não precisam ser lidos, só vistos e ouvidos. E quanto mais medíocre e ralo o conteúdo, maior a  audiência.

Para os responsáveis pela comunicação entre as empresas, a comunidade e a opinião pública, essa vergonha nacional mostra claramente por que precisam buscar meios diversos do texto escrito para alcançar a eficácia. De nada adianta fazer apenas um magnífico folheto ou jornal em papel brilhante, se nem os universitários conseguem entender direito o que está escrito.
O que vale são imagens e sons, textos falados. Quanto a textos escritos, só com frases curtas, letras grandes e orações diretas. Nada de volteios de estilo e rebuscamentos eruditos.

Quem dorme feliz com esse quadro revoltante são os maus políticos, que não se preocupam muito com prejuízos eleitorais que poderiam ser causados pelas denúncias que lhes são feitas diariamente, caso tivéssemos uma população melhor educada. “O povo não está nem aí”, pensam – e até dizem – sobre essa questão.
Claro. Se nem universitários entendem o que leem...

Nenhum comentário:

Postar um comentário